ATLÉTICO DEMITE GERENTE DA BASE, VEJA OS MOTIVOS E POSSÍVEL SUBSTITUTO

O Atlético informou nesta quinta-feira (6) o desligamento de Erasmo Damiani, gerente da base. Contratado pelo clube em fevereiro de 2021, como sucessor de Júnior Chavare, ele ocupou o posto de gerente geral das categorias de base desde então.

A sua contratação foi uma indicação do ex-diretor Rodrigo Caetano, com quem já havia trabalhado no Internacional.

A saída do gerente acontece dias após a chegada do CSO Paulo Bracks ao clube. O executivo, será o responsável pela escolha do substituto.

Em sua apresentação, ele deixou claro que daria atenção especial à base do clube e iria realizar mudanças.

“Entendo que um trabalho de base para ser reformulado precisa de tempo. Talvez um período de três anos para que os resultados sejam mais notados, mas é uma das ações imediatas que a gente vai precisar fazer.

Resultados na base precisam ser melhorados, a gente perdeu o protagonismo em algumas categorias e a captação.”

“Eu penso na base em três pilares: captação, transição de atletas para o profissional e a valorização e potencialização dos ativos”, disse. “Resultados na base precisam ser melhorados, a gente perdeu o protagonismo em algumas categorias e a captação”

“O Atlético não vai aceitar passivamente mais perder jogador para os grandes clubes, como o Atlético é. Temos que entrar forte na captação e no mercado. E eu quero ver, particularmente, mais atletas vindo da base performando no profissional”

Paulo Bracks, CSO do Atlético-MG

Os resultados ruins dos últimos tempos e o baixo número de atletas revelados foram alguns dos motivos que levaram à troca do gerente.

ACIONISTAS DA SAF FICARAM PISTOLA COM ERASMO DAMIANI

A diretoria do Galo já não estava satisfeita com o trabalho do profissional e a insatisfação foi ao extremo nos últimos dias após entrevista de Damiani ao podcast do site No Ataque. O Fala Galo apurou que as falas do diretor deixaram os acionistas da SAF indignados.

Na entrevista concedida, Damiani revelou algumas situações internas debatidas com os acionistas da SAF, entre elas, a falta de real investimento na base.

“Internamente, no clube, perguntam pra mim: ‘Mas o que Palmeiras faz e nós não conseguimos fazer?’. Um dia, numa reunião, fiz uma pergunta: ‘vocês pagariam 35, 40 mil reais para um menino de 14, 15 anos?’. Todos dizem: ‘Não, sem condições’. Pois é, nossa folha da Sub-15 e da Sub-14 é de 18 mil, enquanto o Palmeiras paga por um jogador 35 mil de salário… (Hoje) eu não consigo entrar com dinheiro, por exemplo, o Benedetti, zagueiro do Palmeiras, tentamos trazer para cá no começo do ano, mas o o Palmeiras colocou o dinheiro na frente e nós não tínhamos dinheiro na frente.  E hoje, um clube menor quer o dinheiro, podemos até tentar fazer um empréstimo com opção de compra, mas outro clube vai e coloca 100, 200, 500 mil, 1 milhão, nós não temos isso”.

Erasmo Damiani, ex-gerente do Atlético

O profissional ainda revelou uma situação envolvendo um jogador africano, que foi monitorado, mas o Galo acabou perdendo para o Real Betis, que ‘colocou’ mais dinheiro.

“Victor, quando era o nosso coordenador de captação, chegou a ir para África, o Dennys Dilettoso, que hoje é o nosso coordenador, já foi duas vezes e está indo pela terceira vez. Tinha até um jogador que tínhamos mapeado para cá, mas o Real Bétis (da Espanha) levou porque colocou dinheiro na frente, colocou Euro”.

Erasmo Damiani, ex-gerente do Atlético-MG

POSSÍVEL SUBSTITUTO?

O Atlético ainda não se posicionou sobre um possível substituto, porém um nome poderá ganhar força nos bastidores como substituto de Erasmo Damiani, se trata do argentino Gustavo Grossi, ex-gerente da base do Internacional e River Plate da Argentina.

Grossi foi contratado em 2021, exatamente para substituir a saída de Erasmo Damiani no Internacional, além dessa curiosidade, o argentino foi contratado pelo atual CSO do Atlético, Paulo Bracks, que na época era diretor de futebol do clube gaúcho.

Recentemente, na sua apresentação, Paulo Bracks citou a importância da contratação de Gustavo Grossi na mudança em relação à base do clube gaúcho.

“Não é só investir no sub-20, e nem na captação, sub-20. É fazer a intermediação disso, o equilíbrio. Vou apresentar esse projeto aos acionistas, semelhante ao projeto do Internacional, quando trouxemos o Gustavo (Grossi)
Não podemos desperdiçar a estrutura que temos”

Paulo Bracks, CSO do Atlético-MG

Em seu primeiro ano no Inter, o principal projeto do argentino foi de estruturação dos sistemas de captação do clube. A ideia era que em três anos a base do clube fosse equilibrada tanto na parte administrativa quanto no campo. O objetivo de Gustavo Grossi era transformar o Inter em uma referência no futebol brasileiro em seis anos, entretanto os maus resultados esportivos na base, acabaram custando a sua demissão em 2024.

O dirigente revelou no Inter, o jovem Gabriel Carvalho, recentemente vendido pelo Colorado para ao Al Qadisiyah, da Arábia Saudita, por US$ 22 milhões, o que equivale a cerca de R$ 136,6 milhões. O Internacional ficou com cerca de R$ 109 milhões da negociação, pois detém 80% dos direitos econômicos do jogador.

Gustavo Grossi no River Plate revelou grandes talentos mundiais.

🇦🇷 Julian Alvarez (atacante, Atlético de Madrid)
🇦🇷 Exequiel Palácios (meia, Bayer Leverkusen)
🇦🇷 Gonzalo Montiel (lateral direito, River Plate)
🇦🇷 Martinez Quarta (zagueiro, River Plate)
🇦🇷 Santiago Sosa (meia, Racing)
🇦🇷 Federico Girotti (atacante, Talleres)