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Divulgação/Atlético-MG

ATLÉTICO-MG REDUZ A SUA DÍVIDA E PENSA EM NOVO INVESTIDOR NO CLUBE

Em reunião nesta segunda-feira, conselheiros aprovaram balanço da Associação, e clube apresentou números da SAF em documento

O Conselho Deliberativo do Atlético aprovou na noite desta segunda-feira (29), por unanimidade, o balanço financeiro de 2023, que contempla dez meses de operação da associação e dois (novembro e dezembro) da SAF. O Galo teve uma redução de R$ 747 milhões no endividamento líquido entre o fim de 2022 e o encerramento do ano passado.

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Os valores passaram de R$ 1,571 bilhão para R$ 824 milhões, queda de 47,55 %. Esses números não levam em conta o empréstimo de R$ 493 milhões contraído pela Arena MRV e contabilizado em outro CNPJ. “Se somarmos a dívida da arena, saímos de R$ 2,1 bilhões para R$ 1,3 bilhão”, explica o CEO do clube, Bruno Muzzi.

Eu acho que o principal recado é uma redução dos endividamentos com os acordos feito na SAF, que era a expectativa de todo mundo. A gente teve uma redução (da dívida) da associação do Atlético de R$ 747 milhões. E lembrar que esse número ainda não tem a dívida da Arena por uma questão técnica, mas se a gente somar a dívida da Arena, a gente está com R$ 1,3 bilhão de dívidas aproximadamente. Saímos de R$ 2,1 bilhões no momento da transação para R$ 1,3 bilhão, considerando a dívida da Arena”

São R$ 493 milhões, para arredondar R$ 500 milhões, que é o CRI (dívida Arena MRV), que a gente precisa, esse ano, que é um trabalho da SAF, tentar reestruturar esse CRI, porque ele tem um custo alto, e também a gente vai tentar um pouco mais de prazo.”

Bruno Muzzi, CEO do Atlético-MG
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Veja o valor da dívida do Atlético a cada ano:

2020: R$ 1.234 milhões
2021: R$ 1.312 milhões
2022: R$ 1.571 milhões
2023: R$ 824 milhões

Segundo o balanço, “esse movimento foi ocasionado, principalmente, pela transformação do futebol do Galo em Sociedade Anônima do Futebol (SAF)”. Em novembro de 2023, após a conclusão da transação, foi aportado o montante de R$ 916 milhões. Desse total, R$ 316 milhões foram conversão de dívidas com os investidores, R$ 505 milhões aportados em caixa, enquanto os R$ 95 milhões restantes serão integralizados através do Figa (Fundo de Investimento do Galo) nos próximos anos. “A operação financeira foi primordial para o processo de reequilíbrio econômico-financeiro do Atlético”, informou o clube.

O documento também consta o valor em empréstimos bancários. Segundo o Atlético, houve uma diminuição em 45% dos valores pagos, totalizando R$ 465 milhões neste ano.

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De acordo com as demonstrações financeiras divulgadas pelo Atlético, o montante devido na categoria “empréstimos e financiamentos” ao fim de 2022 era de R$ 843 milhões. Nos últimos meses, os administradores da Galo Holding focaram no alongamento dos prazos dessas dívidas e também nas reduções das taxas de juros atreladas a esses débitos.

Ainda segundo o Galo, houve amortização de cerca de R$ 378 milhões das dívidas bancárias. Nas contas da SAF do Atlético, o montante devido pelo clube-empresa a instituições financeiras era de R$ 465 milhões ao fim do ano passado.

As renegociações também foram importantes para que o clube promovesse uma alteração no perfil da dívida bancária. Ao fim de 2022, cerca de R$ 575 milhões (69% do total do ano) representavam pendências de curto prazo, enquanto R$ 268 milhões eram dívidas de longo prazo. Ao fim de 2023, no entanto, o clube calculava ter R$ 145 milhões em dívidas de curto prazo (31% do total do ano). Os encargos com prazos maiores rondavam a casa de R$ 320 milhões. Em documento, a SAF do Atlético enfatizou que a média das taxas de empréstimo antes da transformação em clube-empresa eram de CDI*+8%. Agora, essa média é de CDI+4%.

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A QUAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS O ATLÉTICO DEVE?

O balanço de 2023 aponta que, ao fim do ano passado, o Atlético devia cerca de R$ 465 milhões a instituições financeiras. A maior dívida é com o banco BTG Pactual (R$ 136 milhões), enquanto a de prazo mais curto é com o Indusval (7 de fevereiro de 2025).

O Galo segue com dívidas expressivas com bancos também relacionados a investidores da SAF. Ao Banco Inter, da família Menin, o clube-empresa alvinegro deve cerca de R$ 60 milhões. Ao Banco BMG-BCV, da família Guimarães, outros R$ 40 milhões. Veja o detalhamento na imagem a seguir.

O balanço de 2023 detalha que a dívida do Atlético, ao fim do ano passado, era de R$ 824 milhões – sem contar com o montante dos Certificados de Recebíveis Imobiliários acionados para concluir obras da Arena MRV. A dívida global bruta ultrapassa a casa de R$ 1,3 bilhão.

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O documento, da Associação, mostrou um superávit R$ 142 milhões, sem incluir os números da SAF.

GALO BUSCARÁ NOVO INVESTIDOR?

Zerar a dívida é um desafio. Para Bruno Muzzi, o Atlético precisa buscar alternativas. Uma das possibilidades é atrair novos investidores.

Queremos reduzir o mais rápido possível organicamente, acho bem difícil. É um endividamento muito alto. Se conseguirmos novos investidores, novos aportes, é um caminho para zerar a dívida.”

Bruno Muzzi, CEO do Atlético-MG
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