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DOCUMENTO MOSTRA DESVIO DE DINHEIRO FEITO POR EX-DIRETOR DE ALEXANDRE KALIL NO ATLÉTICO-MG. VEJA OS DETALHES!

Ex-diretor do Galo, Carlos Fabel é acusado de apropriação indébita e tem 10 dias para apresentar defesa após ser citado

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) contra o ex-diretor de finanças do Atlético, Carlos Fabel, por apropriação indébita de 2009 e 2019.

Divulgação

A Rádio Itatiaia teve acesso à íntegra da denúncia do MPMG e do GAECO contra Carlos Fabel, com detalhes da apuração do crime de apropriação indébita praticado enquanto diretor de finanças do Atlético.

O documento detalha transferências feitas por Fabel às empresas Consultoria Pontual Ltda e Art Sports Assessoria Ltda, as quais ele era sócio, enquanto ocupava a cadeira de diretor do Atlético. Segundo a denúncia, o então dirigente fez transferências do clube para suas empresas “sem qualquer fundamento legal ou contratual aparente e sem qualquer justificativa plausível”.

“Narra o incluso procedimento investigatório que o denunciado Carlos Antônio Silva Fabel, no período compreendido entre os anos de 2009 e 2019, apropriou-se de bens móveis (valores), pertencentes ao Clube Atlético Mineiro, de que tinha a posse/administração, em razão do ofício/cargo ocupado de Diretor de Finanças, desviando os em proveito próprio, por meio das pessoas jurídicas por ele constituídas”, diz a denúncia.

Documento do Ministério público

Na conclusão, o MPMG denuncia Carlos Fabel por apropriação indébita e fixa “indenização mínima em favor da vítima, a título de reparação do dano, nos termos do art. 387, IV, do Código de Processo Penal, no montante de R$ 4.030.648,90 (quatro milhões trinta mil seiscentos e quarenta e oito reais e noventa centavos)”.

Divulgação/Atlético-MG

FABEL ERA BRAÇO DIREITO NA GESTÃO DE KALIL E RECEBEU VALORES FORA DA REALIDADE EM SUA FUNÇÃO NO GALO:

Carlos foi contratado em 2009 na gestão do então presidente Alexandre Kalil (2009 a 2014). Com posição de destaque na alta cúpula do Galo, Fabel era considerado o braço direito de Kalil quando o assunto eram as finanças do clube alvinegro.

Um ponto considerado pelo Ministério Público de Minas Gerais foi a progressão salarial de Carlos Fabel enquanto diretor financeiro do Atlético, principalmente na gestão Alexandre Kalil, que contou com ele praticamente todo o tempo.

Contratado em 2009 com salário de R$ 18 mil bruto recebido como pessoa jurídica, Fabel já estava com vencimentos de R$ 40 mil líquidos em 2013, algo dentro do valor de mercado.

O problema é que Fabel, braço direito de Kalil, recebeu valores muito superiores a esses, sendo que, em determinado momento, tinha notas pagas para até três razões sociais diferentes, todas ligadas a ele.

Em todo o ano de 2011, foram pagos a Fabel R$ 673 mil. Os recebimentos apresentaram um aumento significativo a partir de 2012, quando o clube pagou a ele, em valores da época, R$ 1,6 milhão.

Mas não parou por aí. Em 2013, quando o Atlético venceu a Copa Libertadores, Fabel recebeu R$ 3,8 milhões em notas comprovadas. No ano seguinte (2014), o valor chegou a quase R$ 3,7 milhões.

Os valores recebidos em 2013 e 2014 foram divididos por 13 parcelas salariais. É que, apesar de ser pessoa jurídica, Fabel tinha direito a um 13º salário por contrato. Os vencimentos eram de aproximadamente R$ 300 mil em valores da época. Corrigido pelo IPCA, o salário do diretor financeiro do Atlético em 2013 e 2014 corresponderia hoje a R$ 550 mil, valor muito acima do praticado no mercado.

Entre 2010 e 2014 – as cinco temporadas completas em que Fabel trabalhou no Atlético na gestão Alexandre Kalil -, os recebimentos chegaram a quase R$ 10,3 milhões, em valores da época.

Divulgação/Atlético-MG